ese embora o sigilo, este encontro é um marco ineludível no mapa cronológico anual das Templárias. O (re)encontro que surge neste evento, habitualmente constituído por uma série de sessões - diurnas e nocturnas - repartidas ao longo do mês de Junho, expressa a união das Templárias, oriundas de diversas latitudes geográficas (europeias). As datas e os locais implicados nesta sequência de reuniões variam de ano para ano. No evento, revestivo da radiância solsticial devido ao facto deste incluir no seu calendário datas alusivas aos solstícios (neste caso de Verão), o programa prevê uma aproximação às fontes compulsadas não somente religiosas, mas espirituais, políticas e sociais. Movimento este centrado na sua relação com o desenvolvimento científico e social.
A reunião anual, em Almourol, serve de ocasião para recordar o passado, examinar o presente e prever o futuro. Com efeito, no decurso desta confraternização, sublinham-se os resultados positivos e os erros notados, em espírito estritamente educativo, isento de qualquer polémica pessoal, cheio de serenidade, mas procurando sempre dissecar as causas, para descodificar os efeitos. Neste contexto, explicar o obstáculo equivale, a esta luz, a penetrar na racionalidade que preside à ordem social. Durante esta assembleia geral, nominada «solsticial» mas que consiste em mais de doze sessões ao longo de um determinado número de dias, intervalados, que geralmente varia entre cinco e dez consoante o ano, não se procura obviar à lentidão inevitável desse diligente processo.
Somente as sessões de abertura e de encerramento desta magna convivência, compostas por uma respeitável preleção, são celebradas - ao ar livre - na Praia do Ribatejo, junto ao Castelo de Almourol ou não. Igualmente frequentado pela unidade noutras iniciativas, envolvendo quer o seu interior quer as imediações, o forte militar surge de facto como ponto particularmente recorrente. Fortemente ligadas a esta fracção ribeirinha, há que salientar que, desde 2013, As Templárias têm vindo a alargar o seu roteiro, acentuando o seu comparecimento noutras zonas ribatejanas. Com efeito, o périplo segundo o qual se efectua o encontro pode compreender, para além dos pontos habituais considerados inarredáveis, locais como Abrantes e Golegã, entre outros.
Apesar de certas fórmulas cerimoniosas, possivelmente vislumbradas nalgumas ocasiões, este evento encontra-se vedado ao público. Por isso mesmo não deve ser confundido com iniciativas que, independentemente do intuito, se propõem recriar épocas, vivências ou factos assentes em determinados períodos da história, como feiras ou festas medievais, assim como outras actividades do género. Sabe-se que o ser humano é facilmente levado a remeter-se ao seu ponto de vista pessoal para interpretar, julgar e condenar aquilo que não domina ou compreende. As Templárias definem-se como uma sociedade não apenas de recolhimento e reflexão, mas sobretudo de acção, onde o objectivo fundamental reside na evolução humana, na promoção da paz e na construção de uma sociedade sóbria.